VII - Doce fel

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Pecado venial que faz de mim penitente,
Vício a que chamo perfeição.
Este sentimento que me torna clemente,
Doce fel que perverte a minha oração.
 
Teus olhos que não me deixam mentir,
Brados silenciosos que por mim chamam.
Possantes braços onde me faço existir,
Teu nome meus lábios proclamam.
 
Prostração que me impele a viver,
Sou alguém, mais que um mero ser.

Sobre mim

"Sou pessoa, Forte e cobarde animal. Grito até que a alma me doa, Clamor de um pecado capital. […] Sou o que nunca fui, Tornei-me no que jamais serei. Nova calamidade que assim flui, Senil promessa que não quebrarei. Sou pessoa, Fútil ser onde o coração ecoa."

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