VIII - Nefasto teatro

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Se um adeus é pretérito,
Dir-te-ei que me és ainda mais.
Cedo ao mundo meu mérito,
Não me rendo a débeis mortais.
 
Aqui jazerei como eterno,
Meu alento vos aterrará.
Ardereis todos em meu inferno,
Vossa mágoa me purificará.
 
Teatro imposto como furtivo,
O despertar do seu ente vingativo.
Dor lancinante capaz de abater uma fera,
Sangue derramado sobre pura quimera.
 
Mudo Deus agora incapaz de ver,
Cego homem que pelo seu nume foi capaz de perecer.

Sobre mim

"Sou pessoa, Forte e cobarde animal. Grito até que a alma me doa, Clamor de um pecado capital. […] Sou o que nunca fui, Tornei-me no que jamais serei. Nova calamidade que assim flui, Senil promessa que não quebrarei. Sou pessoa, Fútil ser onde o coração ecoa."

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