Espectros

0
Uma noite fria,
Soturna, sem luar.
O medo sobrepõe-se à alegria
No meu vazio olhar.
 
O cheiro pútrido de uma vida,
As trevas que a enlaçam,
Mostram um caminho só de ida
A todos os que passam.
 
Conspurcam o ar como veneno,
Mutilando até o mais bravo ser;
Perseguem o pecado terreno
Que no passado os fez nascer.
 
Sem lugar na sepultura,
Nada mais são que almas penadas.
Não há esperança ou cura,
Apenas lágrimas ensanguentadas.

Sobre mim

"Sou pessoa, Forte e cobarde animal. Grito até que a alma me doa, Clamor de um pecado capital. […] Sou o que nunca fui, Tornei-me no que jamais serei. Nova calamidade que assim flui, Senil promessa que não quebrarei. Sou pessoa, Fútil ser onde o coração ecoa."

0 comentários: