Espectros
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Uma noite fria,
Soturna, sem luar.
O medo sobrepõe-se à alegria
No meu vazio olhar.
O cheiro pútrido de uma vida,
As trevas que a enlaçam,
Mostram um caminho só de ida
A todos os que passam.
Conspurcam o ar como veneno,
Mutilando até o mais bravo ser;
Perseguem o pecado terreno
Que no passado os fez nascer.
Sem lugar na sepultura,
Nada mais são que almas penadas.
Não há esperança ou cura,
Apenas lágrimas ensanguentadas.

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