#304: Morto-vivo
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Livrai-me senhor
Destas quatro tábuas,
Deste pútrido odor
Que me relembra antigas mágoas.
Ajudai-me a fugir daqui
Sem perder a sanidade,
Pois as unhas eu já perdi
Ao lutar pela minha liberdade.
Livrai-me senhor
Destes vermes sedentos,
Que se alimentam da minha dor
E dos seus próprios excrementos.
Senhor, meu senhor…
Escutai agora
Os meus gritos mudos de horror.
Chegou a hora
Das larvas sentirem o meu sabor.

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