#19: A Confissão

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A ti me confesso
Meu fiel companheiro,
E sem vergonha te peço
Que não sejas interesseiro.

Sei que me irás escutar
Até eu adormecer
Mas, por favor, não me tentes acordar
Se algo ficar por dizer.

[…]

Preparei-me para sair,
Sempre meio despassarada
(Se não fosse a minha irmã a rir
Iria completamente despenteada).

No trabalho
Acho que correu tudo bem
(Caí no cascalho,
Mas não disse a ninguém).

Voltei para casa,
Sempre a assobiar a mesma canção;
Algo sobre ser “uma brasa”,
Ou seria sobre uma antiga paixão?!

[…]

A ti me confesso,
Meu querido travesseiro,
E, de novo, te peço
Que não me ofereças um sonho matreiro.

Sobre mim

"Sou pessoa, Forte e cobarde animal. Grito até que a alma me doa, Clamor de um pecado capital. […] Sou o que nunca fui, Tornei-me no que jamais serei. Nova calamidade que assim flui, Senil promessa que não quebrarei. Sou pessoa, Fútil ser onde o coração ecoa."

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